Reticências

O mundo está se despedaçando enquanto eu passeio sozinha...


Mais vou fechar os olhos e fingir que está tudo bem,
como um dia você me disse que era melhor.








Desespero




E entre todo os outros sentimentos
e angustias que cercam a raça humana
Eis que surge o desespero

O não crer em si mesmo,
A falta de voltande de levantar da cama,
A angústia incessante de todas as dúvidas

Fechar os olhos torna-se dificil,
abri-los então...
quase que desnecessário

No entanto, desesperados,
como nós,
Ao mesmo tempo que perdem a vontade de viver
Correm em direção a qualquer possibilidade
Agarram-na com tanta força
Que as vezes não percebem
que agarram-se a reflexos do passado

O desespero que rasga gargantas em pranto
Que nos faz inuteis e que nos tira o dom da vida
Pode sim ser superado,
No entando, o desesperado
Em seu frenesi
Nem se quer nota
A resposta que está em sua frente

Perde-se então em alucinações
Em sonhos, em tudo o que PODERIA SER
em tudo que ele QUERIA
E esquece-se do essêncial

Esquece de tudo o que conquistou,
De tudo o que Valeu á pena,
De todos os bons momentos...

Perde-se num déja-vu de lembranças ruins
Esquece de tudo num sopro....

Surge então a figura do reflêxo das ilusões
daqueles que por sonhar de mais
esquecem que a verdadeira alegria está no viver
No errar e aprender, no reconhecer
Não apenas no que dá certo,
Mais em cada erro que nos torna forte
Em cada superação...

Aos desesperados, como eu fui, sou e até me atrevo a dizer...
COMO TODOS NÓS UM DIA FOMOS OU SEREMOS
Apenas deixo o pensamento e a certeza de que...

Nenum mal é insuperavel,
Nenhuma dor é incuravel,
Nenhum amor é impossivel
e...
principalmente
NENHUM ERRO É IMPERDOAVEL.


Lágrimas num dia de chuva

Quando chove
E o tempo passa divagar
As lágrimas correm
Voam pelo ar

A chuva liberta minha alma
Talvez por isso eu me permita chorar
Minhas lágrimas, meus sorrisos...tudo
Num dia de chuva,
se misturam com o ar

O doce sussurro do vento,
As gotas de água que insistem em me molhar,
O mundo que parece mais quieto...
Tudo isso me faz despertar

É como se eu já não me importasse,
Se não mais pudesse evitar,
Como se as lágrimas de um dia de chuva
Fizessem menos pesado o ar.








Ao meu querido silêncio

Meu caro silêncio,
Que insiste em invadir minha alma,
Peço-lhe que não voltes mais

Penso que não mais devo esconder,
Se é que posso assim dizer,
sobre o que eu deixo de falar

Pois eis que assim mudo,
Ao mundo iludo
Deixando-os pensar que é paz.

Mais você sabe, meu caro silêncio,
Sabes o que penso,
E talvez até mais.

Talvez agora eu queira gritar ao mundo
Que no fundo não sinto a paz

Sinto porém a brisa fresca,
O vento forte,
A chuva lívida,
E talvez algo mais

Sinto que nesse mundo
O silêncio mais porofundo
É a ausência da paz.